Janela mais aleatória da história? Futebol brasileiro vive curiosa ‘onda’ estrangeira

NOMES CONHECIDOS OU NEM TANTO

Seedorf, Juanfran, Honda… o futebol brasileiro se tornou, neste século, um chamariz para grandes nomes do futebol internacional, que cada vez mais têm chegado ao país. No entanto, em 2024, o clima é de verdadeira aleatoriedade (e espanto) com algumas das contratações.

Só nos últimos meses chegaram ao Brasil um ex-atacante do Barcelona e da seleção dinamarquesa, um jogador de passagem importante pela Premier League e um costa-riquenho que foi destaque… na Copa do Mundo do Brasil, em 2014!

Somente nesta janela de contratações de atletas estrangeiros, foram quase uma dezena de novos “rolês aleatórios”. Com isso, a equipe oGol decidiu preparar uma lista com essas contratações inesperadas para o nosso futebol.

Valor de Mercado

250 mil €

Rep. Dem. do Congo

Yannick Bolasie

Data de Nascimento/Idade1989-05-24(35 anos)

PosiçãoAtacante (Ponta Direita) / Atacante (Ponta Esquerda)

Yannick Bolasie – Criciúma

Se à princípio a chegada de Yannick Bolasie ao Brasil foi tratata  até de forma folclórica, a resposta do veterano veio em campo. Já são seis gols e três assistências com a camisa de um valente Criciúma, que tem como principal objetivo permanecer na elite do Campeonato Brasileiro.

Bolasie tem no estilo irrevente e, na extensa passagem pela Premier League, as principais marcas de sua carreira. O atacante defendeu o Crystal Palece e o Everton e ainda tem passagens pelo futebol de Portugal, na Bélgica e na Turquia. Pela seleção do Congo, são duas copas africanas no currículo.

El Arouch – Botafogo

Desde que se tornou SAF, o Botafogo tem sido um dos mais ativos no mercado. Sob a presidência de John Textor, também dono do Lyon, o clube se aproveita de oportunidades pontuais também para trazer figuras que, em um primeiro momento, seriam impensáveis no Brasil.

Um caso curioso é do meio-campista Mohamed El Arouch, francês de origem marroquina. Criado na base do Lyon, o jogador tem apenas 20 anos e demonstra talento, mas algumas lesões e problemas extracampo dificultaram a evolução dele até aqui. Resta saber se o meia vai se sobressair em um elenco cada vez mais “recheado” do Fogão.

Maxime Dominguez – Vasco

Como o Vasco chegou à decisão de contratar o suíço Maxime Dominguez é um mistério para esse que vos escreve. Não se trata aqui de aposta em uma revelação. Dominguez tem 28 anos e provavelmente vive o auge da sua carreira.

Formado no Servette, de seu país natal, Maxime passou ainda pelo futebol polaco. Seu momento de maior destaque antes do Cruz-maltino foi em Portugal, com o modesto e pouco expressivo Gil Vicente, com 36 jogos, seis gols e cinco assistências no ano passado.

Héctor Hernández – Corinthians

O Corinthians, em busca de soluções para o ataque, se voltou para uma cria do Atlético de Madrid. Héctor Hernández marcou logo na estreia pelos Colchoneros, mas nunca vingou nas principais divisões do futebol espanhol.

Centroavante especialista no jogo aéreo, Hernández é mais um exemplo de atleta que demonstra uma evolução tardia. No Chaves, que atuava na elite em Portugal, foram 21 gols marcados em 58 partidas. Será a resposta que o Timão precisava para solucionar uma de suas grandes lacunas?

Joel Campbell – Atlético-GO

Um dos muitos “fenômenos” que ganharam destaque após a grande campanha da Costa Rica no Brasil, na Copa do Mundo de 2014. Joel Campbell, na época, já tinha contrato com o Arsenal, sem ter tido ainda oportunidades por lá. Já dava sinais de que não seria capaz de corresponder às expectativas, talvez exageradas, e com certeza ainda maiores depois do Mundial.

Joel Campbell se provou um verdadeiro nômade da bola. Passou na carreira por sete países diferentes, além da sua Costa Rica. Teve mais baixos que altos, mas ninguém pode negar seu esforço: teve sequência em quase todos os clubes pelos quais passou. O Atlético Goianiense aposta que, aos 32 anos, o atacante ainda tenha guardado alguma carta na manga para fazer a diferença no Brasil.

Jamal Lewis – São Paulo

Um início promissor. Uma carreira de decepções… Até aqui ao menos. A mudança de Jamal Lewis de Newcastle para São Paulo foi uma das mais surpreendentes movimentações deste mercado, e também uma aposta ousada.

Jamal Lewis é jogador de seleção, embora da modesta Irlanda do Norte, e despontou como talento no Norwich antes de ser contratação milionária dos Magpies em 2020. O problema é que, desde então, pouco fez de relevante. O São Paulo espera que esse seja um recomeço para o lateral.

Josué – Coritiba

O fluxo de técnicos portugueses para o Brasil se tornou uma tendência desde o sucesso de Jorge Jesus e depois Abel Ferreira. No caso dos atletas, ele existe, mas ainda é pouco relevante. Josué é um dos raros casos a fazer a travessia entre continentes.

Embora pouco conhecido no Brasil, e distante dos holofotes há tempos até em Portugal, Josué tem uma carreira respeitada. Com 33 anos, o meia já passou por clubes de tradição em seu país, como o Porto, e fora, como o turco Galatasaray, o israelita Hapoel e, por último, o polonês Legia Varsóvia. Não deixa de ser surpreendente a sua chegada ao Brasil, vindo diretamente da Polônia.

Yusupha Njie – Santos

Mais um jogador pouco conhecido internacionalmente, mas de seleção, no futebol brasileiro. Yusupha Njie, de Gâmbia, tem 30 anos e é atacante, pronto para ajudar o Santos em sua missão de voltar à elite nacional. Njie veio por empréstimo, do Catar.

Apesar de ter feito carreira longe de seu país, o atacante está longe de ser um nômade da bola, e parece gostar de estabilidade. Njie passou três temporadas no FUS Rabat, do Marrocos, antes de seguir para o português Boavista. Foram seis anos no clube, o último dele com maior destaque, com 14 gols em 32 jogos, antes de aceitar proposta do Al-Markhiya. Foram 28 jogos no futebol catari, com 10 gols e quatro assistências.

Martin Braithwaite – Grêmio

Martin Braithwaite está acostumado a ser recebido com surpresa. Quando chegou ao Barcelona, em meados da temporada 2019/20, poucos entenderam. O atacante teve lidar com fortes críticas, mas conseguiu se manter relevante no Barça. Chegou a disputar 41 partidas na temporada seguinte, embora tenha ficado evidente que seria difícil acompanhar o nível da concorrência e, acima de tudo, das altas exigências do clube.

Braithwaite seguiu na Catalunha, para defender o Espanyol, e teve destaque na segunda divisão espanhola antes de aceitar o desafio, estranho, no Grêmio. A vivência de Luis Suárez, também ex-Barcelona, talvez tenha facilitado a decisão do atacante, que até teve bom começo, embora longe de contar com a categoria do craque uruguaio.

Por: Rodrigo de Brum / Eduardo Massa

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Noticias Relacionadas

Categorias

Redes Sociais

plugins premium WordPress