Do Recôncavo da Bahia à artilharia da Libertadores; conheça a história de Jr. Santos

Jogador é natural do município de Conceição do Jacuípe.

O Botafogo ganhou sua primeira Taça Libertadores da América na tarde deste sábado, 30, em Buenos Aires, na Argentina. A conquista veio após uma vitória por 3 a 1 sobre o Atlético Mineiro. Os gols do Fogão foram marcados por Luiz Henrique, Alex Telles e Júnior Santos. Este último, inclusive, tornou-se o artilheiro da competição com 10 gols marcados em 11 jogos disputados.

Um dos heróis da primeira Libertadores do Botafogo, José Antonio dos Santos Júnior é natural de Conceição do Jacuípe, no Recôncavo da Bahia. Ele completou 30 anos em outubro, atua como atacante e tem uma história de superação digna de contos e novelas.

Tudo começou no Recôncavo quando, lá em 1994 nasceu o José Antonio, ou melhor Júnior Santos.

De família humilde e tendo perdido a mãe aos oito anos, Júnior Santos teve que começar uma vida precoce no trabalho e com jornada dupla, atuou como servente de pedreiro e caixa de supermercado para ajudar no sustento da família.

A rotina difícil não impedia que o menino sonhasse. No mesmo período, entrou para o futebol amador, também com o mesmo propósito de conseguir renda extra, e ganhava refeições mais cerca de R$ 400 por partida disputada.

Júnior Santos chegou a fazer testes em clubes como Vitória, Bahia, Bahia de Feira e Fluminense de Feira, mas não conseguiu sucesso. Por essa razão, o artilheiro da Libertadores nunca passou por categorias de base.

Sonho distante

Os clubes Bahia de Feira e Fluminense de Feira foram os que mais se aproximaram de celebrar um contrato de base com Júnior Santos. No entanto, os times não ofereciam os pagamentos dos custos do transporte intermunicipal ao atleta, o que tornava o percurso insustentável financeiramente. Essa situação desmotivou Júnior porque ele já tinha 17 anos, o que para um aspirante a jogador de futebol significa o fim iminente do sonho.

Se o tempo fechava as portas para Júnior Santos, o talento do jogador dizia sim, que era possível.

Na saga de jogar bola na várzea e lutar por cada centavo para ajudar nos custos dentro de casa, Júnior despertou a atenção de um olheiro da quarta divisão do futebol paulista durante uma visita à Bahia em 2017. A partir daí, o rapaz do Recôncavo da Bahia passou e encantou pelos times Osvaldo Cruz, Ituano, Ponte Preta, Fortaleza, Kashiwa Reysol, Yokohama F. Marinos, Samfrecce Hiroshima e, por fim, Botafogo.

No Botafogo, Júnior Santos chegou em 2022 com certa desconfiança da torcida e assinou um contrato de empréstimo de 12 meses. Devido às boas atuações, foi comprado por R$ 20 milhões e apresentado oficialmente em 18 de agosto de 2023. Na ocasião, o jogador celebrou o contrato com as seguintes palavras em relação à escolha da camisa que vestiria.

O número 37 é porque me chamo José, José Antônio. Em Gênesis, capítulo 37, tem a história de José, que eu me identifico bastante, é muito bonita. Então uso a camisa 37 por causa disso. José foi vendido pelos seus irmãos e depois virou governador do Egito. Teve muitos momentos de dificuldade, foi preso e acredito que tenha dito: “Eu tive tantos sonhos e Deus não concretizou isso na minha vida”. Acredito que ele tenha sentido isso psicologicamente, mas ali no final Deus realizou o sonho dele. Então lembra minha história também… Eu não desisti do futebol e, com 23 anos, Deus realizou meu sonho também.

Hoje, campeão e artilheiro da Libertadores, Júnior usa a camisa de número 11 e está na história do clube carioca.

Fonte: Bahia Recôncavo; Redação Cidade Sport News

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